terça-feira, 8 de outubro de 2013

Lutando contra os rótulos musicais - Música para todos!

Como seria viver em mundo onde não houvessem rótulos ou títulos? O fato é que o ser humano é desde de sua origem um nomeador de coisas, Gênesis explica bem esta questão, contudo, no passar dos anos, o homem passou a nomear não só a fauna e a flora  para facilitar sua comunicação e cognição, mas também conceitos, momentos, atitudes, pessoas, tipos de pessoas, doenças e por ai vai. Problema algum dar nome as coisas, mas começa a haver um ruído quando o que se defini ou instrumentos argumentativos para se definir algo, são falhos e não ajudam nem na comunicação, nem para que se pense a respeito.

No mercado musical, temos exemplos bem claros, de como os rótulos podem ser  um problema. Os críticos adoram rotular essa ou aquela particularidade musical de determinado artista, como se houvesse a necessidade de enquadra-lo em um nicho, para também com isso direcionar o perfil do mercado e fazer com que as pessoas sejam condicionadas a consumir uma música que nem gostam ou que nem gostam tanto assim. Os estilos musicais estão ai, defini-los musicalmente é algo até muito sadio, existem os que preferem o peso e a distorção da guitarra e outros que preferem ritmos mais suingados e percussivos. Mas claro, isso tudo só funciona, se definirmos musica usando parâmetros musicais, os critérios para se criticar uma música devem ser puramente musicais, afinal, o que mais pode ser usado para se criticar um artefato artístico do que o próprio artefato artístico?

Pensemos. De maneira muito resumida, uma música possui três características que podem ser claramente identificadas: melodia (instrumentalização, construção melódica), ritmo (batida, velocidade) e poesia (letra, discurso e etc.). Sabendo dessas três características muito básicas, podemos começar a identificar questões importantes, se sabemos quais são as características de uma música e os parâmetros para defini-la, definir música usando parâmetros externos seria mudar o conceito de apreciação musical, reduzindo a obra do autor. Afinal, se o sofá foi feito para se sentar, porque insistimos em deitar sobre ele?

Considerando tudo isso, podemos chegar ao ponto que queremos. Há uma anomalia no mercado musical brasileiro que nasceu nos grandes ajuntamentos eclesiásticos, de músicos que quiseram levar sua “música de igreja” para o palco, sem almenos considerar as peculiaridades do palco. Quiseram transformar o palco em um púlpito. O que se dizia: “ Por que não levar nossa música “legal” da igreja para fazer um show? Chamamos esse palco de altar, e o público de igreja”. A ideia parece muito boa e evangelística, mas a verdade começa a vir a tona quando se vê que nomear coisas segundo a sua própria necessidade, gera uma serie de problemas, alguns deles irreparáveis. Estamos falando Do mercado gospel, que passou a usar do argumento religioso para definir musica, desconsiderando quase todos os parâmetros básicos para se defini-la, construindo um tipo de mercado que só pode gerar idolatria, pois não pode ser sustentado de outra forma, por que o gospel é um mercado que discursa sobre o mercado, por mais que se defenda princípios cristãos, citações bíblicas, ele faz parte de um mercado egoísta, segregador e muitas vezes preconceituoso. Coca-Cola não e água e o gospel não é igreja.


Muitos se assustam ao verem afirmações como esta, muitos se questionam “Afinal de contas, sou cristão e não tenho mais o gospel, eu tenho o que então?”. Calma, respire, e comece a pensar, precisamos passar por um processo de reeducação de apreciação musical, esse processo é longo e demorado, pode levar muitos anos, mas disso falamos depois. Agora o que precisamos é começar a apreciar uma canção como ela deve ser apreciada, não estou dizendo para ninguém parar de escutar músicas que se originam da igreja, a intenção não é ditar regras, mas mostrar como o nosso Deus é bom em deixar que todos possam criar com liberdade, e que essa liberdade nem sempre tem haver com libertinagem, a confissão de alguém não é fator definidor da qualidade completa de determinada obra musical, seus ouvidos não vão cair, você não está em pecado, muito menos poluindo seus ouvidos. Se entendemos a Boa Nova, teremos a prudencia de reter o bem das coisas e termos critérios para apreciar determinada canção, sem preconceitos ou julgamentos. O meu desejo é que possamos viver em um mundo onde se entenda que música não é religião, que confissão religiosa não é letra, que poesia não é reprodução de um discurso, que possamos aprender a enxergar que na integralidade do mundo que o Deus único criou para nós, serve para que possamos ser humanos de fato e nos relacionarmos com a sua criação e isso tem tudo haver com música.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ser ou não ser?

Há algum tempo a igreja brasileira tem passado por transformações, alias, transformações e adaptações tem sido a tônica de nossas igrejas desde os tempos do império, algumas para o bem e outras nem tanto assim, mas esse processo é constante em nossas igrejas. Porem, o fenômeno que estamos vivendo hoje é algo no mínimo preocupante: a “gospelização” da igreja! Mas o que seria isso? Bem, o fato é que estamos deixando de ser cristãos para sermos gospel, isso mesmo, a influência do “gospel”, ou da cultura gospel, tem se tornado algo prejudicial na igreja brasileira! Essa cultura fez com que a igreja se fechasse em uma bolha, totalmente alienada do mundo la fora, alheia ao que acontece no cotidiano. Isso se deve muito ao fato de que ser um cristão tem sido deixado de lado! Já que e essência do cristianismo esta no compartilhar, como vamos compartilhar algo se estamos fechados em nosso “mundinho gospel”, no qual eu canto, danço, pulo, grito, choro, rolo no chão e etc, claro, tudo isso é muito bom, mas só isso é muito pouco. Em que dose nossas experiências com Deus tem impactado a realidade fora da igreja?

A julgar pela quantidade de “experiências” vividas hoje, a cidade de Juiz de Fora já deveria estar plenamente alcançada pelo evangelho, não quero dizer com isso que o evangelho não esta sendo pregado, muito pelo contrario, mas o que quero dizer é que o que se vive dentro da igreja fica La dentro, não é compartilhado, não transborda. A impressão que se dá é que somos vários vasos furados, que ao mesmo tempo se enchem, mas imediatamente se esvaziam! Parece que vivemos duas vidas, no domingo é tudo uma maravilha “só vitória”, mas na segunda... tudo é deletado e nos tornamos outras pessoas, incapazes de fazer a diferença na vida de alguém, sem condições de conversar sobre qualquer assunto e fazer prevalecer nossa raiz cristã, somos engolidos. Nos isolamos em nosso grupo “gospel” e conversamos sobre nossas coisas, não nos misturamos, e quando assim fazemos, nem parece que somos cristãos! Ser um cristão esta muito acima da cultura gospel, ela não deve ditar as regras, mas sim as Sagradas Escrituras, não devemos nos isolar e guardar só para nós aquilo que Deus tem feito, até porque o próprio Jesus sempre estava no meio do povo, nunca isolado, sempre disponível onde quer que estivesse!

A essência do cristianismo esta no compartilhar! Portanto, viva uma vida plena, faça com que suas experiências com Deus sirvam de inspiração a outros, não tenha medo de se relacionar, compartilhe o amor a paz e a esperança! Lembre-se você é um Cristão!


Thiago Celeste 
(baixista da banda Carta de Rua)


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Brasil e "O evangelho da Matrix"

E mais uma vez aquele antigo discurso ressoa, mais uma vez aqueles brados, mais uma vez aquela gente toda....

Ao fazer uma reflexão sobre a identidade do cristianismo somos surpreendidos com uma série de ruídos e equívocos que vem perdurando e desconstruindo a imagem que o próprio Deus quer refletir em seu povo.  Em uma conversa muito da interessante com uma amiga, chegamos a conclusão sobre certas características desse “quase” que vivemos na fé cristã brasileira. Além de todos aqueles problemas de identidade, essa nossa mania de referenciar espiritualidade apenas com experiências subjetivas e de não deixar com que as escrituras nos mostre qual o nosso papel no meio do mundo de maneira prática, conseguimos identificar um fenômeno que não é novo, mas que é interessante para entendermos a qualidade do cristianismo que temos vivido no Brasil.
 Já ouviu por ai frases como:  “Quero estar além do véu.” “Leva-me a um lugar que eu não conheço...” Não se assuste, eu também já disse essas frases algumas vezes. Problema algum, se considerarmos que a vida espiritual não se resume a vida devocional, que essa “outra realidade” que muitos tem procurado, não revela por completo aquilo que o próprio Deus nos criou para ser. Aqueles que sabem se relacionar com o mundo e que estão envolvidos com ele em todas as esferas de convivência,  que levam a Boa Nova no ato cotidiano.

Chamamos de “ O evangelho da Matrix”. Este filme conta a história de pessoas que são ligadas neuralmente a uma especie de máquina chamada “Matrix”, que os leva a uma outra realidade. O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que muitos tem dividido sua vida em duas realidade opostas, assim como no filme,  as experiências vividas em alguns templos (algumas cada vez mais místicas), muitas delas tem confundido a cabeça das pessoas e as fazendo achar que a vida se resume a este “mundo espiritual”. Em João 17.15, Cristo nos revela sobre a importância de considerarmos esta nossa realidade que o próprio Deus criou para que vivêssemos, “Não quero que vos tire do mundo...”. Jesus quase sempre usou esta nossa realidade para falar sobre coisas espirituais (nas parábolas), não duvido que há uma realidade eterna, invisível, com seres eternos e que vai além da nossa compreensão  mas, as escrituras não nos diz para estarmos em condição de fuga dessa realidade e das coisas deste mundo, pelo contrário, ela nos diz para viver uma vida comum e refletir nos nossos atos cotidianos essa Esperança (1 Co.10.31), dando glórias a Deus em todos os nossos ofícios.

Precisamos entender que o templo não é sagrado, que o mundo não é profano, as escrituras não conhecem tal dicotomia, mas que tudo é sagrado, porque tudo foi criado com o intuito de glorificar o próprio Deus, o que tira o foco da real projeção da realidade é a corrupção humana, como diz Chesterton em “Ortodoxia”, a vida é como uma grande corda criada por Deus, ele fez a corda, e o pecado são como nós no meio dessa corda, apesar desses nós, a corda continua lá, do jeito que foi criada, Deus não perdeu o controle da realidade, cabe a nós conhecermos este mundo como um todo, conhecermos sobre o que a Bíblia diz dos valores eternos no meio do mundo.

Ele não nos tirou deste mundo, pelo contrário, ele quer que  estejamos envolvidos sem nos deixar envolver.

Para subverter o mal com a verdade é preciso conhecer que Deus é o dono desta realidade. Quer mudar o mundo? Saia da “Matrix” e reconheça que ser espiritual é conseguir refletir o amor e a razão da nossa esperança para as pessoas no meio do mundo.


Paz e Esperança    


domingo, 9 de junho de 2013

Rookmaaker fala sobre cultura musical e sua influência na sociedade

Este texto foi extraído do site L'abrarte, Este é um dos trechos do texto de Hans Rookmaaker sobre cristianismo e música. Uma abordagem sobre a boa maneira de ouvir música e os efeitos que ela causa.


Cristianismo e Música - Trecho

Se a música faz parte do nosso ambiente, surge a questão: Que influência ela exerce sobre nós?  Primeiro, precisamos fazer uma distinção entre música ao vivo e música tocada no rádio ou gramofone. Há uma grande diferença entre ouvir uma gravação e estar em uma apresentação ao vivo. Uma pessoa pode ouvir o rádio o dia inteiro, mas talvez não consiga ouvir uma banda durante todo esse tempo, especialmente se essa pessoa não se sentir à vontade com o tipo de música tocada. Assim, a música ao vivo tem um impacto muito mais forte.
Não devemos exagerar a influência da música. Ela não é tão grande. Quando ouvimos um disco moderno, não nos submetemos a uma lavagem cerebral e passamos a pensar como pessoas modernas. Por outro lado, a música tem um impacto e é importante considerarmos o tipo de  música que ouvimos. De fato, pensar que a música ou um filme não nos afeta de modo algum não é ser otimista, mas ser muito pessimista. Pense nisso: alguém tem uma grande ideia. cria um roteiro cinematográfico e levanta recursos na ordem de milhões de dólares. Em seguida, muitas pessoas trabalham duro durante um ano inteiro e, finalmente, o filme vem às telas. Você acha que todas aquelas pessoas estariam dispostas a desperdiçar suor, sangue e lágrimas se não fosse para o filme ter nenhum impacto sobre as pessoas? Filmes devem causar impacto mesmo. O Dr. Schaeffer sempre cita este poema japonês:

Ele pulou na água e não causou ondas.

Isto é Zen-Budismo. Mas como cristão, eu digo: “Você pula na água e – quer queira, quer não – causa ondas.” Todos causamos ondas porque a vida humana é significativa.
Claro, alguns tipos de música são mais influentes que outros e a influência também varia de acordo com diferentes pessoas. Conheço uma pessoa que desperdiçou a metade de um ano no cenário das drogas. Mas já faz quatro ou cinco anos que ele se afastou delas. Ele me disse: “Se eu ouvir um disco do Pink Floyd, ele tem um efeito imediato em mim: Não tomo mais banho; não arrumo o quarto; fico na cama pela manhã e tenho que fazer um esforço descomunal para me por de pé novamente; isso leva vários dias.” A música do Pink Floyd tem uma influência muito forte sobre esse indivíduo em particular por ele ter participado do mundo dos entorpecentes. Talvez outra pessoa não assimile esse tipo de música de forma tão impactante justamente por não ter as mesmas associações. As músicas que mais apreciamos e com as quais nos identificamos são aquelas que mais nos influenciam.  Por isso precisamos ser cautelosos e devemos praticar a autodisciplina. Mas não devemos fazer regras gerais. Não podemos dizer “Isto é bom e isto é mau.” Nosso chamado pode também desempenhar um importante papel nesse sentido: se quisermos conhecer e compreender outra pessoa, talvez seja preciso que ouçamos as músicas que ela ouve. Somos livres para escolher a música que queremos ouvir, contudo devemos ser responsáveis por nossas escolhas. Se certos livros, imagens ou músicas nos levam para uma direção pecaminosa, é melhor deixá-los de lado. Algumas pessoas conseguem ler coisas consideradas muito fortes para outras pessoas e vice-versa. Portanto, cada indivíduo tem sua própria responsabilidade. A questão a se fazer diante de Deus é esta: Essas coisas convêm? Mas isso não é simplesmente uma questão de obedecer regras. Foi por essa razão que Paulo ensinou: “Ponde tudo à prova. Retende o que é bom.”

Tradução: Alex Fontes.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

"Ta ficando bom, mas vai ficar melhor" - Em busca da identidade negra!


Em busca de um lugar ao sol, a procura de uma identidade que permita se enxergarem dignamente, os negros brasileiros, principalmente os jovens, tem procurado romper com a triste herança histórica e o preconceito. É possível dizer nos dia de hoje,  que existe uma parcela de negros que tem subvertido todo esse contexto desfavorável , ocupando lugares de destaque nas universidades, grandes cargos em corporações,  e até mesmo em cargos públicos.
Apesar de saber que esse número são infelizmente uma pequena parcela dentro do país, muitos tem aberto o caminho em direção a uma nova realidade. O preconceito e a falta de oportunidade cegam os sonhos mais bonitos daquele jovem “preto do morro” ,  e as pessoas que se dizem “de bem” se distanciam tanto, que parece que ele nunca vai poder crescer dignamente na vida. O fato que a nossa identidade tem se perdido no caminho, não sabemos quem somos, por isso não sabemos para onde ir. É uma triste verdade mas , muitos dos nossos negros não se valorizam como pessoa(digo por experiência própria), não acreditam em seu potencial, seus talentos, alguns até desacreditam de sua capacidade intelectual, claro, a culpa não é só deles, mas aqueles que escolhem “se expor” e mostrar à sociedade seu potencial, constroem um caminho promissor contribuem para o crescimento do país.
Homens como Joaquim Barbosa, o primeiro ministro reconhecidamente negro no supremo Tribunal Federal,  Martin Luther King, Oprah Winfrey, Nelson Mandela. Na música, (que vai faltar espaço...): Ray Charlles, Elza Soares, Gilberto Gil, Stevie Wonder, Emilio Santiago, Jorge Bem Jor entre muitos outros. Isso sem falar dos músicos desta geração como Seu Jorge, Ellem Oléria, Nívea Soares, Rappin Hood, Emecida (representando uma gama enorme de negros na cena do rap nacional), Marcela Vale,  Negra Lee e por ai vai, tem muita preto fazendo barulho no país, gente que construiu uma nova história redescobrindo sua identidade. E reforçando mais ainda esse nosso passado que é grande parte de tristeza mas que é cheia de samba, de música de roda, de canção que é trilha para os bons e maus momentos da vida. A música sempre esteve no sangue do negro brasileiro, os pioneiros na construção da nossa cultura musical.
E eu, como menino de cor que sou...Rsrs. Não escapei dessa vontade de cantar a vida. Resisti por alguns anos, mas o prazer de produzir arte, desenhar,  compor, tocar instrumento, foi mais forte. Em determinado momento da minha caminhada eu escolhi romper comigo mesmo, e me despir desses problemas de identidade, do medo de mostrar quem eu sou, resolvi então abrir a janela e mostrar o timbre da minha canção, o teor da minha poesia, neste período, eu me redescobri como pessoa, até minhas perspectivas sobre quem é Deus se ampliaram. Os amigos Thiago Celeste, Fabio Huck, Felipe Gomes, hoje são cúmplices dessa janela aberta que sou hoje, com a banda que formamos, chamada  Carta de Rua (curiosamente...rs), todos temos a oportunidade de fazer arte sem pensar em nos justificar e sem medo de mostrar quem somos. Tudo se completou, a partir dai, a vontade de subverter o mundo e seus equívocos, foi ainda maior.
Quando quisermos, se assim quisermos, como diz a canção de Marcela Vale, podemos mudar a realidade da nossa terra, usando a arte, o design, a medicina (sim, a medicina), os ofícios, os cargos, a academia, enfim, todos esses meios disseminadores de bons exemplos. Os muros são altos, por isso façamos nossa trajetória escolhendo o caminho! Deus está com eles, mas com a gente também.








Testando (Ellen Oléria, 2012)

Alô alô som Teste! um, dois, três, (vocalização)
Alô alô som Teste! um, dois, três, testando ! x 2
Eu, eu não domino a esgrima
Mas minha palavra,
a minha palavra, a minha palavra é afiada e contamina
Minha ginga, meu jeito, minha voz que vem do gueto
Minha raça, minha cara, tua cara a tapa, o meu cabelo crespo
Não ponho na chapa, aguenta a minha marra
Teu cartão não me paga
Minha ancestralidade no peito eu não tô te vendendo.. Há
Quem batize minha postura pura malandragem
Mas minha superação foi com muita dificuldade
Não é contando por contar, não é por vaidade
Mas peito pra encarar a vida louca com coragem
Não é pra qualquer um, minha mãe é minha testemunha
o preço, o zelo, o descontentamento
Muita frustração, sem inspiração, sem passe e sem pão
é Mãe não se preocupa eu dou meu pulinhos, eu dou meu jeito
Eu sempre me virei e é claro eu precisei de ajuda
conhece a carne fraca? eu sou do tipo carne dura
Tem gente boa no mundo isso eu já sei
Também vi o lado violento dos que não temem a lei
Tanto faz lei divina, tanto faz lei dos homi
Não importa por roupa chique ou dar seu sobrenome
A mulherada já sabe o cotidiano da rua
Anoiteceu sozinha cê não tá segura
Alô alô som Teste! um, dois, três, (vocalização)
Alô alô som Teste! um, dois, três, testando ! x 2
Suor e choro a noite é fria
Pra esses lances ninguém nunca está preparado
Depois de um dia duro meu corpo foi travado
Assalto a mão armada
Levaram um violão, o microfone emprestado
eu chorei, eu chorei
A bandidagem não acompanhou a estereotipia...
Três garotos tipo de uns 15 anos
Eu nunca vi na área esses garotos brancos
Duas meninas loiras com boné cor de rosa
Reescrevendo as linhas da conhecida história
Todo mundo conhece essa história, eu já falei
sobre isso também e ela é mais ou menos assim:
Andando na rua de noite muita gente branca já fugiu de mim
A minha ameaça não carrega bala mas incomoda o meu vizinho
O imaginário dessa gente dita brasileira é torto
Gritam pela minha pele, qual será o meu fim?
Eu não compactuo com esse jogo sujo
Grito mais alto ainda e denuncio esse mundo imundo
A minha voz transcende a minha envergadura
Conhece a carne fraca? eu sou do tipo carne dura
Alô alô som Teste! um, dois, três, (vocalização)
Alô alô som Teste! um, dois, três, testando ! x 2
Tá ficando bom mas vai ficar melhor....
Tá ficando bom mas vai ficar melhor....
Tá ficando bom , Tá ficando bom (vocalização)...
Tá ficando bom mas vai ficar melhor....
Tá ficando bom mas vai ficar melhor....
Tá ficando bom , Tá ficando bom (vocalização)...

Basalto que emana dos meus poros
A minha consciência é pedra nesse instante x3
Basalto que emana dos meus poros
A minha consc.. consc. consciência NEGRA






Nívea Soares (Sobre as águas)

Estar aqui é sempre tão difícil

Olhar em volta e não ver mais que a escuridão

As ondas vem a cada dia sobre mim

Ventos incessantes não me deixam descansar
Mesmo assim estou de pé
Não tenho nada além de um sonho e uma inesgotável fé
Isso me faz insistir em estar aqui
Você sabe, eu quero fazer mais que apenas viver

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em teus olhos
E segurando em Tuas mãos, eu sei que está tudo bem
As ondas tentam me desesperar, me desacreditar
Os ventos dizem que tudo isso é bobagem
E o que vale é a realidade
Mas em Tuas mãos eu posso ter
Força pra seguir e não olhar pra trás
Só quero ouvir Tua doce voz a me dizer:
"Vem sem medo, vem!"

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em teus olhos
E segurando em Tuas mãos, eu sei
Sim, eu sei, não é ilusão
Eu sei que nossos sonhos são reais
E quando tudo parecer tão frio e só
Me leve em Teus braços e me faz descansar

Eu quero andar sobre as águas sem medo de me afogar
Mesmo que os ventos me façam tremer
Olhando em teus olhos
E segurando em Tuas mãos, eu sei que está
Tudo bem!






quinta-feira, 16 de maio de 2013

Poesia 2 - "Amar é mudar a alma de casa" - Mario Quintana



Amar é mudar a alma de casa,
é ter no outro, nosso pensamento.
Amar é ter coração que abrasa,
amar, é ter na vida um acalento.

Amar é ter alegria que extravasa,
amar é sentir-se no firmamento.
"Amar é mudar a alma de casa",
é ter no outro, nosso pensamento.

Amar, é aquilo que embasa,
é ter comprometimento.
Amar é, voar sem asa,
e porque amar é acolhimento,
"amar é mudar a alma de casa"



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Não é difícil, está dentro de nós! - Mallu Magalhães e a sinceridade.

Um apelo à sinceridade. As pessoas podem ser julgadas pelas suas más ações ou por escolhas
equivocadas, mas a sinceridade de suas atitudes dificilmente serão, ainda que possam gerar em fins rocambolescos. Fazer de si este livro aberto, revela aos outros e a si mesmo uma imagem transparente de quem se é, e mais uma vez isso se reflete na arte em que fazemos. Desenvolver uma arte que é o reflexo daquilo que pensamos e fazemos é a chave para um trabalho promissor e consistente. Ao ouvir as canções de Mallu Magalhães é possível perceber isso de forma muito clara, seu último disco “Pitanga”, pontua seus dilemas e indagações a respeito  de sua personalidade, pessoalidade, maturidade, abrindo seu coração quase sempre para seus amores, seus valores e crenças.  Segundo ela mesma: “Eu e Marcelo temos isso em comum, prezamos muito por expressar sinceridade em nossa música.”. E de fato, nunca conheceremos Mallu de verdade somente por ouvir suas canções, mas a sensação que se tem é que a conhecemos intimamente quando a ouvimos, mais uma vez o poder revelador  da arte.

Quando é que passaremos a produzir uma música que revele nossa vida, nosso cotidiano e nosso pensamento de maneira sincera e transparente? Até quando nos esconderemos nas interpretações padronizadas dos líderes da música, sem fazer uma reflexão sobre nossa identidade e sobre o que e como queremos expressar nossa arte ao mundo. É preciso sair da caixa e se despir dessa cultura imposta. Vamos nos vestir de brasilidade e se encaixar dentro daquilo que faça sentido para nós como cidadãos brasileiros, com vontade de criar uma arte cheia de verdade. Vá para rua e enxergue como a vida roda e comece a criar. Vamos! Não é difícil, está dentro de nós!

Ouça a confissão sincera de Mallu Magalhães e sua projeção sobre sua própria maturidade na canção “Velha e Louca”, aproveite!





Velha e Louca (Mallu Magalhães, 2012)

Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.
Pode avisar que eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Pode falar que eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.
Pode falar, não importa
O que tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.




segunda-feira, 13 de maio de 2013

Quem é que pode cantar a Boa Nova?


Por algum motivo, tem gente que aprendeu a conviver com o mundo de uma maneira que o sujeito mais religioso ainda não aprendeu. Subverter certas questões complicadas do dia a dia, a falta de amor, o stress no trânsito, o individualismo, a ganância e tantos outros amigos do ego humano. Em meio a um mundo que não conhece mais quais são de fato seus valores, existem pessoa que escolheram andar por um caminho sóbrio, com um senso de moralidade muito coerente,  mas não oriundo diretamente de uma religião ou credo. É só abrir os olhos, vez ou outra é possível se enxergar como alguns tem escolhido viver, valores que vão além de uma cosmovisão programada, que foram sendo construídos por uma questão de reflexão sobre a vida, de querer com que seu mundo tenha uma harmonia própria, fazendo com que a vida siga em  paz. De onde vem esta vontade?

É certo que a Boa Nova (cristianismo)  possui valores intelectuais e relacionais muito pertinentes, presando pelo amor sincero entre as pessoas e o esforço para não entrar em conflitos sejam eles quais for. Mas não se pode fugir de um fato triste porém real, tem gente que transformou essa tal Boa Nova em um discurso tão cheio de ego e interesse, que amor e a paz citados acima parecem ser uma falácia desmedida. Porém, em meio a isso tudo de forma despretensiosa, no meio das artes, tem gente fazendo canção de despertar. Seria a transcendência? Pensamentos contidos nas Escrituras Sagradas que por algum motivo se refletem na arte de muitos, artista que não possuem nenhuma confissão religiosa ou interesse direto com tal discurso.

Existem muitos artistas cantando a Boa Nova “sem querer cantar, cantando”, transformando, renovando sua mente  e fazendo arte pra quem quiser ouvir. Como no trecho da canção que ouviremos:  "Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor...”. Ouçam “O vencedor”, o evangelho segundo Camelo, em uma apresentação impar.






O Vencedor (Marcelo Camelo)

Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são
Escravos sãos e salvos de sofrer
Olha lá, quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração
Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?
Eu que já não sou assim
Muito de ganhar
Junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Arte de todos e para todos!


Enquanto não encontrarmos esse fio condutor que nos leva a lucidez dentro daquilo que diz respeito a relacionamento com a arte, tudo será conto infantil, e nos manteremos superficiais às mudanças,  nuances e ao que tem sido criado hoje em dia.

Dentro do ambiente eclesiástico muitos já possuem uma dimensão do problema que a divisão entre sagrado e profano tem causado na vida “corrida” do cristão contemporâneo, essa conveniência de entender a vida como um "gráfico repaticionado", acaba com valores de totalidade, como a arte dentro da igreja. A arte é aquilo que mostra o mundo, que aproxima daquilo que parece distante e obscuro, esse efeito, é real em todos os ambientes onde se aplica. Mas o relacionamento cristão e arte ainda geram controvérsias apesar de crermos naquele que é a expressão mais singular de toda arte.

A sociedade foi colocando a arte como algo acima dos padrões, espiritualizada e sobrenatural . Equivocadamente a arte se tornou algo sacro, o artista tem um tipo de áurea sobrenatural, não que ela não seja , mas porque não todo o resto da criação? E isso pode ser aplicado em qualquer dos ambientes, mas sem dúvida, mais latente nos lugares que valorizam mais a espiritualidade, Rookmaaker já dizia que se a arte não for entendida como algo que revela a realidade da criação de maneira prática, se ela não for entendida como são outros ofícios cotidianos, ainda entraremos em colapsos nervosos com alguns pontos importantes, como com os que estão sendo colocados em questão neste blog. A questão da música gospel , que não responde a nada de fato, que não define nada...Somente faz com que a vida se divida ainda mais. O fato é que não assimilamos a arte como os outros ofícios. Ninguém pergunta a um médico se ele é cristão antes de se consultar, apenas esperam que ele exerça bem a função para o qual se designou, assim deve ser nosso relacionamento com a arte e os artistas, sem preconceitos, entendendo que não há distinções, nem hierarquia espiritual entre os artistas, dentro do mundo não se pode haver esta diferença , a arte é um bem comum, é dádiva.

De Toquinho a Maria Gadu, de Los Hermanos a Diante do trono, de Palavrantiga a Titãs, todos os artistas estão no mundo com o propósito de exercer o papel revelador da arte , e independente de questões teológicas, todos podem ser colocados no mesmo pé de igualdade, ainda que cada um  tenham confissões distintas, todos estão navegando no mesmo barco, apesar dos fins distintos. O senso crítico e a boa análise é que tem sido deixada de lado, alguns tem um medidor de espiritualidade (extra bíblia) que mede aquilo que vai além do que se pode ser julgado, podemos analisar apenas o que o artista quer revelar ou subentender no conteúdo de suas canções, a postura de fé de um artista não pode ser levada em consideração.

Que possamos usar do bom senso para vivermos, criarmos, pensarmos, tocarmos, pintarmos e  por ai vai... Há um ponto comum e bom em meio a tudo que se cria. Nós 
temos a função de mostrar onde ele está e abrir um caminho mais claro para a redenção e amor. Arte é dádiva!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Não dá pra abrir mão desse jeito brasileiro de fazer música.

Não da pra passar pelas largas ruas das cenas musicais brasileiras sem perceber essa pluralidade que temos. De maneira muito particular, os artistas da MPB contemporânea, tem alcançado uma autenticidade notável em todos os processo de suas criações, muitos decifraram o segredo da boa música, que hoje é o compromisso em se expressar de maneira sincera e singular, isso em relação aos timbres , ao estilo e até mesmo as letras. Mostram sua pessoalidade através de suas canções, a ponto de um verso expresso pelo artista, fazer com que seja possível ver as suas referências, sua forma de convívio social e até mesmo convicções políticas, mesmo sem se falar diretamente. O som eletrônico com um toque de brasilidade e introspecção, marca o trabalho do cantor Silva, que possui todos os atributos até então citados. Outro exemplo pontual é da cantora Thayná, apesar de um pouco anônima, possui uma leveza muito clara e músicas reflexivas (recomendo, procurem a música Babilônia 2000). Sons de qualidade. Estes são apenas dois de inúmeros exemplos que poderiam ser citados, pessoas que tem compromisso em interpretar as nuances da vida da melhor maneira possível. Aos tradicionais, isto é música chamada boa.

Essa semana me deparei com uma palavra nova e  muito interessante, ainda não encontrei a definição formal para ela, mas faz referência a um tipo de movimento cultural, ou de tendência criativa na cultura e nas artes brasileiras, “mudernage”.
Me interessei mais ainda por esta palavra quando vi o video da ganhadora do reality show musical “The Voice Brasil”, transmitido pela Rede Globo, Ellen Oléria, cantando a sua música chamada “Mudernage”. A canção é simples, mas expressa com inteireza o intuito dos cantores contemporâneos da música popular brasileira, essa idéia de mostrar a realidade, de mostrar a vida como ela realmente é, as calamidades: o preconceito, a desigualdade, a pobreza, a fome, poetizando isso de uma forma inteligente e criativa, sem preconceitos rítmicos e muita qualidade. Com referências internacionais de todo tipo.Com “boa mão”,” boa arrancada”, “boa saidera”, como diz a canção, esse jeito brasileiro único de conceber a poesia e musicá-la, com sutileza e muita mistura.

A música cristã brasileira precisa se incorporar dessa “mudernage” e usa-la para mudar o mundo de forma criativa. Fazer da poesia contida no evangelho, uma enorme montanha de novas possibilidades.

A canção fala inclusive sobre se ter moderação e não se perder a essência e as qualidades primitivas. Apreciem o som de uma defensora da música negra brasileira, que mostra o prazer de se fazer boa música em seu  olhar, copiemos então esse prazer!








Mudernage (Ellen Oléria, 2012)

Tá pelo mundo essa mudernage
Esse balanço roto pra fazer você suar
Tá pelo mundo essa mudernage
Esse balanço roto... roto
Tem que ter boa arrancada
Tem que ter boa saideira
Tem que ser com moderação
Não perca a boa mão
Degeneração, degenerecência
Tem que levantar poeira e coisa e tal
Levantar poeira e coisa e tal
Tem que pisar fino
Tem que ter remelexo e coisa e tal
Coisa e tal...








segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Poesia 1 - No meio do mundo


No meio do mundo


A simplicidade de sorrir pra quem eu não conheço
As cores lá fora estão me chamando, e eu vou pra rua
Sorrir pro mundo, no meio do mundo.

Se fosse profundo você não estaria aqui parado
Dentro dessa jaula que montaram
E você entende...
O amor, no meio do mundo.

Você saiu da onde?  A casa agora é você
As luzes celebram a vida
Paredes surdas se quebram num som de um sorriso de pureza
O amor é isso , dançar esta valsa de esperança
Palavra na vida, Boa nova
Que faz crescer a paz no meio de um deserto cego

Se o Amor é um rio, tem que se viver
Viver no mundo, no meio do mundo.


(Beto Martins, 2012)


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ela sempre teve história pra contar...

Conheçam o som da inspiração para o nome deste blog, e representante desta "reforma" no cenário musical brasileiro, Lorena Chaves. Embalada por "reformadores da música cristã" como Palavrantiga, Crombie e outros, acredito que o lançamento de seu primeiro álbum seja a sétima trombeta da disseminação desta nova postura no mercado musical, que a banda de rock alternativo Aeroilis tem chamado de "Novo Movimento",  sem segregações e rótulos religiosos, contudo, sem dispensar o "sal".


Esperança, Liberdade e Arte!


Ouçam "Cartão Postal" de Lorena Chaves








Cartão Postal (Lorena Chaves. Marcos Almeida e Marcela Vale)





Cartão Postal, carta viva, Boa Nova do amor

Vida real te coloco como um selo em mim

Pra outro ler, letra grande escancarada janela

Sobre os meus pés as sandálias que gastei ao seguir


Atravessar o mundo com você dentro de mim

Levar na mala o bilhete da paz

Como um carteiro calado


Cartão Postal, carta viva, Boa Nova do amor

Vida real te coloco como um selo em mim

Pra outro ler, letra grande escancarada janela

Sobre os meus pés as sandálias que gastei ao seguir


Atravessar o mundo com você dentro de mim

Levar na mala o bilhete da paz

Como um carteiro calado


Quem tem o dom de subverter o mal com a verdade

Sabe tão bem que não pode confiar na própria vontade

Pois a paz que eu carrego é uma carta que não fala nada...

De mim


Uhuhuh 2(x)

Ahahah


Quem tem o dom de subverter o mal com a verdade

Sabe tão bem que não pode confiar na própria vontade

Pois a paz que eu carrego é uma carta que não fala nada...

Nada...


De mim








quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Todos querem ver Verdade no olhar.

...é preciso que ele seja o meu e o seu conforto; e não apenas o nosso consolo para ganhar o céu, mas também o consolo para vivermos e morrermos; um fundamento para sermos humanos no mundo.”

Guilherme de Carvalho


Prezar esse jeito de viver transparente, essa humanidade que fala mais que um belo discurso robusto, essa verdade no olhar, aproxima qualquer mente que queira viver desconexa com tudo aquilo que nos cerca. É incrível como um sorriso doce e sincero descreve uma emoção com muito mais veracidade do que aquelas belas palavras ensaiadas, a necessidade de voltarmos a sermos plenamente humanos é imediata. O amor é um verbo, não palavra.


Trazendo para arte, ouçam a leveza e a brasilidade da banda Crombie, na canção “Verdade no Olhar”.











Verdade no Olhar (Paulo Nazareth)



Verdade no olhar me fala muito mais
Do que palavras lindas ditas sem pensar
O amor esta contido no que a gente faz
Na atitude de se aproximar

Um tato mais sensível quando eu te tocar
Uma noticia boa te contar
Um tanto do meu tempo eu vivo a sonhar
Um outro tanto a realizar

Bem melhor é viver
É assim que todo mundo vai ouvir
Deixa a vida mostrar
Gestos simples falam de quem nos conduz

Bem melhor é viver
É assim que todo mundo vai ouvir você dizer
Deixa a vida mostrar
Gestos simples falam de quem nos conduz