quarta-feira, 10 de abril de 2013

Arte de todos e para todos!


Enquanto não encontrarmos esse fio condutor que nos leva a lucidez dentro daquilo que diz respeito a relacionamento com a arte, tudo será conto infantil, e nos manteremos superficiais às mudanças,  nuances e ao que tem sido criado hoje em dia.

Dentro do ambiente eclesiástico muitos já possuem uma dimensão do problema que a divisão entre sagrado e profano tem causado na vida “corrida” do cristão contemporâneo, essa conveniência de entender a vida como um "gráfico repaticionado", acaba com valores de totalidade, como a arte dentro da igreja. A arte é aquilo que mostra o mundo, que aproxima daquilo que parece distante e obscuro, esse efeito, é real em todos os ambientes onde se aplica. Mas o relacionamento cristão e arte ainda geram controvérsias apesar de crermos naquele que é a expressão mais singular de toda arte.

A sociedade foi colocando a arte como algo acima dos padrões, espiritualizada e sobrenatural . Equivocadamente a arte se tornou algo sacro, o artista tem um tipo de áurea sobrenatural, não que ela não seja , mas porque não todo o resto da criação? E isso pode ser aplicado em qualquer dos ambientes, mas sem dúvida, mais latente nos lugares que valorizam mais a espiritualidade, Rookmaaker já dizia que se a arte não for entendida como algo que revela a realidade da criação de maneira prática, se ela não for entendida como são outros ofícios cotidianos, ainda entraremos em colapsos nervosos com alguns pontos importantes, como com os que estão sendo colocados em questão neste blog. A questão da música gospel , que não responde a nada de fato, que não define nada...Somente faz com que a vida se divida ainda mais. O fato é que não assimilamos a arte como os outros ofícios. Ninguém pergunta a um médico se ele é cristão antes de se consultar, apenas esperam que ele exerça bem a função para o qual se designou, assim deve ser nosso relacionamento com a arte e os artistas, sem preconceitos, entendendo que não há distinções, nem hierarquia espiritual entre os artistas, dentro do mundo não se pode haver esta diferença , a arte é um bem comum, é dádiva.

De Toquinho a Maria Gadu, de Los Hermanos a Diante do trono, de Palavrantiga a Titãs, todos os artistas estão no mundo com o propósito de exercer o papel revelador da arte , e independente de questões teológicas, todos podem ser colocados no mesmo pé de igualdade, ainda que cada um  tenham confissões distintas, todos estão navegando no mesmo barco, apesar dos fins distintos. O senso crítico e a boa análise é que tem sido deixada de lado, alguns tem um medidor de espiritualidade (extra bíblia) que mede aquilo que vai além do que se pode ser julgado, podemos analisar apenas o que o artista quer revelar ou subentender no conteúdo de suas canções, a postura de fé de um artista não pode ser levada em consideração.

Que possamos usar do bom senso para vivermos, criarmos, pensarmos, tocarmos, pintarmos e  por ai vai... Há um ponto comum e bom em meio a tudo que se cria. Nós 
temos a função de mostrar onde ele está e abrir um caminho mais claro para a redenção e amor. Arte é dádiva!