domingo, 9 de junho de 2013

Rookmaaker fala sobre cultura musical e sua influência na sociedade

Este texto foi extraído do site L'abrarte, Este é um dos trechos do texto de Hans Rookmaaker sobre cristianismo e música. Uma abordagem sobre a boa maneira de ouvir música e os efeitos que ela causa.


Cristianismo e Música - Trecho

Se a música faz parte do nosso ambiente, surge a questão: Que influência ela exerce sobre nós?  Primeiro, precisamos fazer uma distinção entre música ao vivo e música tocada no rádio ou gramofone. Há uma grande diferença entre ouvir uma gravação e estar em uma apresentação ao vivo. Uma pessoa pode ouvir o rádio o dia inteiro, mas talvez não consiga ouvir uma banda durante todo esse tempo, especialmente se essa pessoa não se sentir à vontade com o tipo de música tocada. Assim, a música ao vivo tem um impacto muito mais forte.
Não devemos exagerar a influência da música. Ela não é tão grande. Quando ouvimos um disco moderno, não nos submetemos a uma lavagem cerebral e passamos a pensar como pessoas modernas. Por outro lado, a música tem um impacto e é importante considerarmos o tipo de  música que ouvimos. De fato, pensar que a música ou um filme não nos afeta de modo algum não é ser otimista, mas ser muito pessimista. Pense nisso: alguém tem uma grande ideia. cria um roteiro cinematográfico e levanta recursos na ordem de milhões de dólares. Em seguida, muitas pessoas trabalham duro durante um ano inteiro e, finalmente, o filme vem às telas. Você acha que todas aquelas pessoas estariam dispostas a desperdiçar suor, sangue e lágrimas se não fosse para o filme ter nenhum impacto sobre as pessoas? Filmes devem causar impacto mesmo. O Dr. Schaeffer sempre cita este poema japonês:

Ele pulou na água e não causou ondas.

Isto é Zen-Budismo. Mas como cristão, eu digo: “Você pula na água e – quer queira, quer não – causa ondas.” Todos causamos ondas porque a vida humana é significativa.
Claro, alguns tipos de música são mais influentes que outros e a influência também varia de acordo com diferentes pessoas. Conheço uma pessoa que desperdiçou a metade de um ano no cenário das drogas. Mas já faz quatro ou cinco anos que ele se afastou delas. Ele me disse: “Se eu ouvir um disco do Pink Floyd, ele tem um efeito imediato em mim: Não tomo mais banho; não arrumo o quarto; fico na cama pela manhã e tenho que fazer um esforço descomunal para me por de pé novamente; isso leva vários dias.” A música do Pink Floyd tem uma influência muito forte sobre esse indivíduo em particular por ele ter participado do mundo dos entorpecentes. Talvez outra pessoa não assimile esse tipo de música de forma tão impactante justamente por não ter as mesmas associações. As músicas que mais apreciamos e com as quais nos identificamos são aquelas que mais nos influenciam.  Por isso precisamos ser cautelosos e devemos praticar a autodisciplina. Mas não devemos fazer regras gerais. Não podemos dizer “Isto é bom e isto é mau.” Nosso chamado pode também desempenhar um importante papel nesse sentido: se quisermos conhecer e compreender outra pessoa, talvez seja preciso que ouçamos as músicas que ela ouve. Somos livres para escolher a música que queremos ouvir, contudo devemos ser responsáveis por nossas escolhas. Se certos livros, imagens ou músicas nos levam para uma direção pecaminosa, é melhor deixá-los de lado. Algumas pessoas conseguem ler coisas consideradas muito fortes para outras pessoas e vice-versa. Portanto, cada indivíduo tem sua própria responsabilidade. A questão a se fazer diante de Deus é esta: Essas coisas convêm? Mas isso não é simplesmente uma questão de obedecer regras. Foi por essa razão que Paulo ensinou: “Ponde tudo à prova. Retende o que é bom.”

Tradução: Alex Fontes.