segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

As cartas e o Castelo

Aos que gostam de pensar na condição e na postura dos cristãos brasileiros, e que se importam em ter respostas coerentes  para os que nos indagarem a respeito da nossa fé e crença. Ouçam por favor. No Brasil a estética espiritual é algo realmente invejável, tudo é muito bonito e aparentemente sadio, as igrejas se preocupam muito em se manterem impecáveis, com pregações pungentes e músicas que fazem a moçada levantar as mãos, pular e etc. É tudo muito bonito, ninguém disse que não é.  De fato, os cristãos conseguiram achar o seu espaço, nós queríamos ser vistos pelo público , pela mídia, pela internet e conseguimos , agora todos sabem que nós existimos . Mas é de se pensar , o castelo que construímos, pelo menos em solo tupiniquim  é em parte importante, a música que nasce do ajuntamento eclesiástico teve papel importantíssimo nisso tudo, as chamadas músicas de adoração, fizeram com que o mundo voltasse os olhos para os cristãos do Brasil, mas a sociedade ainda faz perguntas que os cristãos não responderam, perguntas estas que só podem ser respondidas “lá no meio” ,lá onde ninguém precisa de ninguém, onde um aperto de mão e um sorriso não bastam, lá onde a esperança e o amor precisam ser vistos. Estas afirmações nos levam a pergunta: Quais são os alicerces desce castelo que construímos?  

Paulo, o Apóstolo, nos lembra em uma de suas cartas aos coríntios, de uma nova aliança, de uma nova postura em relação ao discurso que carregamos, não da letra, mas do espírito, não do discurso, mas da vida prática. E mais uma vez somos levados as canções compostas pelos cantores de maior exposição do meio cristão,  são canções com pouco compromisso em dialogar com os não cristãos, são canções que só se preocupam com estética, com uma linguagem exclusivista , não se preocupam em criar algo que reflita o que as pessoas consigam entender e assimilar.


O evangelho prático, tem haver com ser gente comum , amando , sentindo, e compartilhando de Deus com as pessoas de maneira natural. Vamos falar de esperança, de amizade, de almoço, de grama,de comportamento, de amor, de Jesus, da rua,  de paixões, e acima de tudo, vamos deixar nossa arte vir da nossa vida cotidiana e temperada com sal, quem disse que ela não é espiritual?

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