equivocadas, mas a sinceridade de suas atitudes dificilmente serão,
ainda que possam gerar em fins rocambolescos. Fazer de si este livro aberto,
revela aos outros e a si mesmo uma imagem transparente de quem se é, e mais uma
vez isso se reflete na arte em que fazemos. Desenvolver uma arte que é o
reflexo daquilo que pensamos e fazemos é a chave para um trabalho promissor e
consistente. Ao ouvir as canções de Mallu Magalhães é possível perceber isso
de forma muito clara, seu último disco “Pitanga”, pontua seus
dilemas e indagações a respeito de sua
personalidade, pessoalidade, maturidade, abrindo seu coração quase sempre para
seus amores, seus valores e crenças. Segundo
ela mesma: “Eu e Marcelo temos isso em comum, prezamos muito por expressar sinceridade
em nossa música.”. E de fato, nunca conheceremos Mallu de verdade somente por
ouvir suas canções, mas a sensação que se tem é que a conhecemos intimamente
quando a ouvimos, mais uma vez o poder revelador da arte.
Quando é que
passaremos a produzir uma música que revele nossa vida, nosso cotidiano e nosso
pensamento de maneira sincera e transparente? Até quando nos esconderemos nas
interpretações padronizadas dos líderes da música, sem fazer uma reflexão
sobre nossa identidade e sobre o que e como queremos expressar nossa arte ao
mundo. É preciso sair da caixa e se despir dessa cultura imposta. Vamos nos
vestir de brasilidade e se encaixar dentro daquilo que faça sentido para nós
como cidadãos brasileiros, com vontade de criar uma arte cheia de verdade. Vá
para rua e enxergue como a vida roda e comece a criar. Vamos! Não é difícil,
está dentro de nós!
Ouça a
confissão sincera de Mallu Magalhães e sua projeção sobre sua própria maturidade
na canção “Velha e Louca”, aproveite!
Velha e Louca (Mallu Magalhães, 2012)
Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.
Pode avisar que eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Pode falar que eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.
Pode falar, não importa
O que tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
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