quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Não dá pra abrir mão desse jeito brasileiro de fazer música.

Não da pra passar pelas largas ruas das cenas musicais brasileiras sem perceber essa pluralidade que temos. De maneira muito particular, os artistas da MPB contemporânea, tem alcançado uma autenticidade notável em todos os processo de suas criações, muitos decifraram o segredo da boa música, que hoje é o compromisso em se expressar de maneira sincera e singular, isso em relação aos timbres , ao estilo e até mesmo as letras. Mostram sua pessoalidade através de suas canções, a ponto de um verso expresso pelo artista, fazer com que seja possível ver as suas referências, sua forma de convívio social e até mesmo convicções políticas, mesmo sem se falar diretamente. O som eletrônico com um toque de brasilidade e introspecção, marca o trabalho do cantor Silva, que possui todos os atributos até então citados. Outro exemplo pontual é da cantora Thayná, apesar de um pouco anônima, possui uma leveza muito clara e músicas reflexivas (recomendo, procurem a música Babilônia 2000). Sons de qualidade. Estes são apenas dois de inúmeros exemplos que poderiam ser citados, pessoas que tem compromisso em interpretar as nuances da vida da melhor maneira possível. Aos tradicionais, isto é música chamada boa.

Essa semana me deparei com uma palavra nova e  muito interessante, ainda não encontrei a definição formal para ela, mas faz referência a um tipo de movimento cultural, ou de tendência criativa na cultura e nas artes brasileiras, “mudernage”.
Me interessei mais ainda por esta palavra quando vi o video da ganhadora do reality show musical “The Voice Brasil”, transmitido pela Rede Globo, Ellen Oléria, cantando a sua música chamada “Mudernage”. A canção é simples, mas expressa com inteireza o intuito dos cantores contemporâneos da música popular brasileira, essa idéia de mostrar a realidade, de mostrar a vida como ela realmente é, as calamidades: o preconceito, a desigualdade, a pobreza, a fome, poetizando isso de uma forma inteligente e criativa, sem preconceitos rítmicos e muita qualidade. Com referências internacionais de todo tipo.Com “boa mão”,” boa arrancada”, “boa saidera”, como diz a canção, esse jeito brasileiro único de conceber a poesia e musicá-la, com sutileza e muita mistura.

A música cristã brasileira precisa se incorporar dessa “mudernage” e usa-la para mudar o mundo de forma criativa. Fazer da poesia contida no evangelho, uma enorme montanha de novas possibilidades.

A canção fala inclusive sobre se ter moderação e não se perder a essência e as qualidades primitivas. Apreciem o som de uma defensora da música negra brasileira, que mostra o prazer de se fazer boa música em seu  olhar, copiemos então esse prazer!








Mudernage (Ellen Oléria, 2012)

Tá pelo mundo essa mudernage
Esse balanço roto pra fazer você suar
Tá pelo mundo essa mudernage
Esse balanço roto... roto
Tem que ter boa arrancada
Tem que ter boa saideira
Tem que ser com moderação
Não perca a boa mão
Degeneração, degenerecência
Tem que levantar poeira e coisa e tal
Levantar poeira e coisa e tal
Tem que pisar fino
Tem que ter remelexo e coisa e tal
Coisa e tal...








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